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BRT vai beneficiar moradores de Novo Gama

Até 2015, moradores da Região Metropolitana do Distrito Federal poderão chegar mais rápido a Brasília. Essa é a promessa do projeto que prevê a extensão do BRT - hoje em obras no trecho de Santa Maria até o Plano Piloto – até as cidades goianas de Luziânia. 

Foram liberados R$ 800 milhões para a construção, que deve começar em março de 2014.

O BRT no trecho sul vai atender as cidades de Valparaíso, Cidade Ocidental, Novo Gama e Luziânia.
 
O sistema utiliza veículos articulados  e biarticulados, com ar-condicionado e capacidade para cerca de 180 passageiros.   Os corredores exclusivos serão construídos junto ao canteiro central da BR-040  continuando as obras que já foram iniciadas no DF. Nele, vão operar linhas semi-expressas.


Em outra etapa do projeto, estes veículos poderão trafegar de Ceilândia até Águas Lindas.
 
Dificuldades 
A população de cidades que serão beneficiadas com a extensão ainda encara  o projeto com desconfiança, mas espera que a obra represente melhorias. Moradora de Luziânia, Conceição de Maria Alves está à procura de um emprego em Brasília, mas reconhece que o trânsito complicado dificulta o ir e vir da capital todos os dias. “Eu faço faculdade aqui, porque sabia que se fosse estudar lá não teria condições. Minha intenção é arranjar um emprego lá, pedir transferência na faculdade e ficar por Brasília, porque não dá para ficar indo e voltando”, diz.
 
Por dois dias seguidos, Conceição teve que sentir na pele o que trabalhadores de Brasília passam todos os dias para voltar para a casa, na Região Metropolitana, e foi exaustivo: “Segunda-feira peguei um ônibus às 17h e cheguei em Brasília depois das 19h. Hoje, saí de casa as 11h45, o ônibus deveria ter saído às 12h. Já vai dar 13h e o carro ainda não chegou”, detalha. 
 
Evolução 
O alto número de pessoas que trabalham no DF e moram nas cidades-dormitório da Região Metropolitana sofrem diariamente com grandes congestionamentos, passagens com preços elevados, coletivos lotados e velhos. Diante desse cenário, o especialista em trânsito Paulo César Marques vê essa parceria inicial como algo positivo e que deve ser acompanhado. “Em principio, é muito bom. É preciso uma integração entre o GDF e o governo de Goiás porque vários serviços têm essa dependência dentro da Região Metropolitana de Brasília. Parece que estamos evoluindo, finalmente”, complementa o especialista.
 
Obra, sozinha, não é solução de problemas 
Para o especialista em trânsito Paulo César Marques, alguns pontos devem ser decididos em âmbito regional, e a dependência dessas cidades próximas ao DF só reforçam essa necessidade. “Não é que isso vai resolver tudo. Mas o caminho é esse. Obviamente, não é só construir a infraestrutura, porque o operador e os veículos devem ser feitos, também, em acordo entre o DF e as prefeituras locais”, conclui.
 
O secretário do Entorno de Goiás, Gilvan Máximo, está otimista: “Em março de 2015, teremos transporte público de primeiro mundo para pelo menos um milhão de pessoas”, diz.   
 
Discordância 
Paulo Henrique, morador da Região Metropolitana, vai todos os dias de Valparaíso para Taguatinga, estudar. “Demoro mais de 45 minutos. Os ônibus não passam na hora que deveria, e sempre tenho que ficar em pé o caminho todo”, observa. Priscila Oliveira, gerente de um restaurante em Brasília, também faz esse percurso todos os dias. “A gente vai continuar com o mesmo engarrafamento porque o trânsito já vem lá de cima, de outras cidades. Muita gente passa por aqui, estamos com excesso até de moradores”, fala a jovem, sobre o BRT.




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